O Blog e Podcast Cinematórias vão entrar de férias,
voltamos no dia 02 de fevereiro de 2022.
Hoje vou escrever muito pouco sobre o audiovisual.
Com certeza, no futuro, alguém dará um nome a esses dois
anos de pandemia, talvez Os Anos Perdidos,
talvez Os Anos em que o Mundo Parou.
O certo é que vivemos, principalmente em 2020, uma espécie de remake do filme
Feitiço do Tempo.
A grande maioria conhece esse filme, portanto não vou
ficar aqui explicando a analogia. O certo é que o tempo parou. Um dia era quase
exatamente igual ao outro dia. Incertezas, angústias, o peito apertado sem uma
saída, sem luz no fim do túnel. Passa o dia chega à noite, amanhece e, de novo,
outro dia igual.
O audiovisual foi um dos primeiros mercados a parar. Com
o tempo veio uma certa adaptação, alguns trabalhos on-line, e no meu caso e da
Ana Cål, um grande alívio começarmos o Blog Cinematórias, foi uma forma de
mantermos a sanidade mental. Em 15 de julho de 2021 lançamos o Cinematórias
Podcast, entra o Zeca Rodrigues, nosso irmão adotivo mais novo, pra se juntar a
nós e tentarmos de alguma forma amenizar esses tempos difíceis. Não ganhamos um
centavo com isso, mas e daí? Sabemos que para algumas pessoas que nos leem e
ouvem pode significar alguns momentos fora desse sanatório que virou o mundo.
Pra mim esses dois anos foram um só, em 2020 não teve
natal, ano novo, foram setecentos e trinta dias de muita batalha pra
sobreviver, muita luta e desesperança.
Desafio você que está lendo esse texto a fechar os olhos e
não lembrar de um amigo, colega de trabalho, conhecido ou parente que tenha
perdido a vida para a Covid. Enquanto isso, pessoas que não consigo achar
nenhum adjetivo ruim o suficiente, vociferavam e ainda fazem isso nas redes;
ataques e fake news contra a “vacina
comunista” e todas as outras,
incentivadas por seres abomináveis desse desgoverno. Falo por mim e por mais
ninguém. Eu me recuso a ser massa de manobra de quem quer que seja!
Bem antes da pandemia o mundo e o Brasil vivenciaram uma
espécie de dobra no tempo onde as pessoas
perderam a capacidade de pensar, dialogar e tolerar. Quem achava que a pandemia
teria o dom de, como uma mágica, mudar as pessoas, humanizar, fazer da
solidariedade um hábito, quebrou a cara. Negacionismo, ódio, violência verbal
e real ainda são a tônica de uma sentença de prisão divina dada ao ser humano.
O Purgatório é aqui e agora.
Duas crianças nasceram no meio do caos. A primeira veio
em 2020, meu sobrinho neto Arthur. A segunda nasceu em 21 de outubro de 2021,
meu neto Ícaro. Eles me deram a esperança
que acreditava não mais existir.
Se vivemos no Purgatório ainda temos a opção da remissão,
de nos tornarmos melhores, de aceitar o outro do jeito que é, de poder emitir opiniões
sem ser tachado por qualquer palavra ou ser agredido na terra de ninguém que
são as redes sociais.
A todos vocês poderia desejar um feliz natal e próspero
ano novo. Mas o que desejo com sinceridade é que abram a sua caixa de Pandora,
e se você procurar bem vai achar a única coisa que está lá, talvez bem
escondida.
Quando olho o Arthur e o Ícaro penso que eles merecem um
Brasil melhor, e esse Brasil tá logo ali, em 2022, aí teremos a oportunidade de
começar algum tipo de mudança. Que assim seja...
Nossa Fe , eu choro , que emocionante ler esse texto , que marivilha ter Arthur e Ícaro❤❤
ResponderExcluirMeus dois mais novos amores....
ExcluirLindo texto Fe, traduziu o sentimento de muitos. Parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigado!
ExcluirQue seja um Brasil melhor pra esses pimpolhos q estão nascendo, e viva a vida Fernando 🥂🥂
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