Santo Drone - Texto de Ana Cal

 

Todo mundo acha glamoroso andar de helicóptero, confesso que não gosto,

não por medo, mas dependendo do piloto por enjoar.

Já desci de helicóptero no meio da Vinte e Três de Maio, fiz várias aéreas por São Paulo, interior, litoral, floresta e tudo bem, mas tinha um determinado piloto que era batata! Era viajar com ele pra eu enjoar.

Estávamos fazendo uma aérea de uma Faculdade em Mairiporã para um comercial e giro pra cá, curva pra lá, aquele calor da porra, só quem está na câmera fica no vento, no caso era o Kobayashi, lá dentro é um forno. Não deu outra senti que ia vomitar, PQP. Olhei pelo helicóptero procurando saquinho, mas não encontrei nada, pedi pro piloto pra pousar porque eu precisava descer, ele no alto de sua arrogância disse:

- Negativo.

Apelei e respondi com a mesma arrogância:

- Bom se você não pousar eu vou vomitar aqui dentro.

Imagina o B.O! Pra pousar tem que ter autorização, o cara nem pensou, desceu imediatamente num campo de futebol que já tinha seus curiosos olhando pra ver o que estava acontecendo pra um helicóptero estar sobrevoando o lugar, não era comum na época. Desci, aquela coisa da cabeça abaixada pra não ser degolada e disfarcei para os que estavam embaixo que tava tudo bem. Imagine a cena, helicóptero desce, salta uma loira meio que correndo e depois anda até um banco, senta e fica como se estivesse esperando sua vez de fazer as unhas. Não olhei pra ninguém porque precisava me concentrar em melhorar, respirar fundo e se eu olhasse eles viriam puxar conversa.

O helicóptero nem desligou quando desci e quando saí do campo de risco ele imediatamente subiu, mais ou menos como se eu tivesse sido cuspida do bicho. Um tempão depois ele desce, eu volto correndo, entro no helicóptero e “adios muchachos”.

Devem ter pensado QUE CACHAÇA É ESSA? Quem era essa louca?

Credo! Depois que a Luísa nasceu me recusei a subir na geringonça de novo.

E hoje existe o santo Drone!!!!!!!